FRASE DA SEMANA

"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

(Fernando Pessoa)

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

DEVANEIOS



Mudar para o mesmo
Ainda bem que o espetáculo trágico dos “vândalos” desviando a atenção da população brasileira do real vandalismo causado pelos poderes públicos está mais ameno. Pode ser que com essa trégua o povo comece a voltar sua atenção para o que a quadrilha de Brasília prepara nos bastidores, nas caladas da noite e no escurinho de seus gabinetes fabricando uma pseudo-reforma política com o maior esmero para que tudo continue na mesma... ou, quem sabe, para piorar a qualidade da nossa democracia.

Desviando o foco

Enquanto se fala em Copa das Confederações, visita do Papa, Copa da Fifa entre outras coisas mais, o Brasil continua campeão das injustiças sociais,  da violência desenfreada, da corrupção, dos desvios de recursos e da impunidade que exigem ações decisivas e urgentes. Esses assuntos incentivados e até patrocinados pelos donos do poder são simples mudança do que deveria ser o foco das atenções de nossos políticos, juristas e governos. As mudanças necessárias estão muito distantes de se tornarem uma realidade até que o povo resolva dar prosseguimento aos movimentos que possam desencadear a verdadeira insurreição. Essa tomada de consciência poderia vir, mesmo que um pouco tardia, pelo resultado mais eficaz, não só pela reivindicação, mas pelo resultado nas próximas eleições que demonstre a oposição ao poder.

Nada novo

O único fato novo foi um movimento que parece não depender de líderes e de organizações para acontecer como fato político de extrema grandeza. Mas esse movimento não concluiu o dever de casa e os donos do poder continuam rindo do que parecia ser o estopim de um processo que só terminaria com as mudanças. O ensaio foi bom, agora o Brasil precisa dos atos definitivos a serem encenados pela pouco conhecida e muito temida multidão que tomou conta das ruas. Não entendo a trégua. O poder das manifestações de junho ficou evidente e não deve se sentir desestimulado por manobras maquinadas pelos agentes políticos acumpliciados de atos obscuros e recheados de falcatruas dos poderosos.

A terrinha de Cabral

Parece que o Brasil não mudou muito desde que o portuga chegou por aqui para tomar posse daquilo que já estava careca de saber que existia, desde João Coelho, YaÑez Pinzón e Duarte Pacheco. Hoje o que deveria ser modernização é uma palavra desconhecida pelos nossos governantes. O que poderia ter sido feito para dotar o país de recursos que dignificassem o seu povo e fortalecendo sua capacidade produtiva, nem pensar. A perda de produtividade geral da economia levou o País a ficar no brefo para enfrentar a concorrência estrangeira. A presidente insistiu numa política baseada no estímulo ao consumo e para conter o efeito inflacionário da medida desestabiliza as contas com algum disfarce. O resultado do disfarce foi uma combinação de piora das contas fiscais, erosão do balanço de pagamentos e indústria estagnada. Mesmo assim a inflação se mantém alta. Ao invés de tomar medidas duras e conter o avassalador desequilíbrio das contas públicas, continua o governo federal mais preocupado no apadrinhamento e loteamento de cargos para se manter no poder absoluto. Aparentemente continuam achando que a população é trouxa e querem apontar como a descoberta da roda um plebiscito improvisado ou uma reforma política proposta pelos políticos? Ao que parece querem mesmo é entregar a administração do galinheiro para as raposas. Parece que a terrinha continua a mesma do Cabral.

Paulo Placido

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