Violência II
Ler os
jornais, assistir o noticiário da TV ou acessar os sites de notícias não nos
causa mais espanto. É um verdadeiro rosário de fatos violentos que vislumbramos
e por sua constância passa a ter o caráter banal. Dos latrocínios, homicídios
por motivos torpe, dos passionais aos de cunho psicopata, os crimes nos deixam
crer que a vida deixou de ter sentido, de ter valor e de ser respeitada.
As causas
são as mais diversas, mas que me parece ter basicamente a fundamentação na desestruturação
familiar, na falta de educação da criança e do adolescente e, principalmente,
na omissão do Estado. Nossos jovens crescem a mercê da dura sorte e sendo
oferecido aos que já têm sua formação deturpada. Ou seja, é a tal e famosa bola
de neve que cresce definindo mentes deformadas, deturpadas, sem conhecer o que
é o valor moral, ético, humanitário. A droga vem a reboque dessa deformação.
Temos
percorrido áreas de concentração populacional de baixa renda e, mesmo
superficialmente, percebemos a criançada nas ruas, sujas, mal alimentadas e sem
orientação de adultos (familiares). Seus pais, por motivos óbvios, passam o dia
em seus empregos, quando os têm, ou a ingerir bebidas alcoólicas como fuga dos
sofrimentos de condição econômica deficitária. Mesmo frequentando escolas, que
fazem de conta que ensinam e apenas se limitam a cumprir as quatro horas regulamentares
com o alunado, o tempo que sobra os deixa sob outra orientação: a das ruas com
suas conspurcações natas ou intencionais.
Nossa
cidade, nosso estado, nosso país precisa dar um basta nesta cadeia de
degeneração da estrutura familiar e da sociedade. Precisamos deixar de ser
hipócritas e passar a ter atitudes sérias e eficientes, como a de preparar
nossos jovens para conviver na sua comunidade no gozo dos suas atividades civis
e políticas cobrando não só os direitos, mas desempenhando seus deveres para
com seus semelhantes, ou seja, preparar cidadãos. A escola é a extensão do lar
e é imprescindível que cumpra seu papel de educar, não só escolarizar. O
segundo, ou terceiro tempo no recinto é fundamental para que quebremos a
corrente da violência. Além da escolaridade, a juventude carece de ensinamentos
essenciais de moral e civismo, de alimentação saudável, de preparação
profissional, de esporte e de lazer. Após a aula, a escola deve ter uma vasta
programação com atividades não só para cumprir uma pauta, mas que atraiam o
jovem a permanecer no âmbito escolar.
Assim
procedendo certamente estaremos quebrando o elo da marginalidade e do crime e
preparando o jovem para ser um cidadão, com conceitos morais e éticos
suficientes para fazer um futuro melhor.
Paulo Alencar
Paulo Alencar
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