FRASE DA SEMANA

"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

(Fernando Pessoa)

sábado, 2 de junho de 2012

REFLEXÕES


Violência II


Ler os jornais, assistir o noticiário da TV ou acessar os sites de notícias não nos causa mais espanto. É um verdadeiro rosário de fatos violentos que vislumbramos e por sua constância passa a ter o caráter banal. Dos latrocínios, homicídios por motivos torpe, dos passionais aos de cunho psicopata, os crimes nos deixam crer que a vida deixou de ter sentido, de ter valor e de ser respeitada.
As causas são as mais diversas, mas que me parece ter basicamente a fundamentação na desestruturação familiar, na falta de educação da criança e do adolescente e, principalmente, na omissão do Estado. Nossos jovens crescem a mercê da dura sorte e sendo oferecido aos que já têm sua formação deturpada. Ou seja, é a tal e famosa bola de neve que cresce definindo mentes deformadas, deturpadas, sem conhecer o que é o valor moral, ético, humanitário. A droga vem a reboque dessa deformação.
Temos percorrido áreas de concentração populacional de baixa renda e, mesmo superficialmente, percebemos a criançada nas ruas, sujas, mal alimentadas e sem orientação de adultos (familiares). Seus pais, por motivos óbvios, passam o dia em seus empregos, quando os têm, ou a ingerir bebidas alcoólicas como fuga dos sofrimentos de condição econômica deficitária. Mesmo frequentando escolas, que fazem de conta que ensinam e apenas se limitam a cumprir as quatro horas regulamentares com o alunado, o tempo que sobra os deixa sob outra orientação: a das ruas com suas conspurcações natas ou intencionais.
Nossa cidade, nosso estado, nosso país precisa dar um basta nesta cadeia de degeneração da estrutura familiar e da sociedade. Precisamos deixar de ser hipócritas e passar a ter atitudes sérias e eficientes, como a de preparar nossos jovens para conviver na sua comunidade no gozo dos suas atividades civis e políticas cobrando não só os direitos, mas desempenhando seus deveres para com seus semelhantes, ou seja, preparar cidadãos. A escola é a extensão do lar e é imprescindível que cumpra seu papel de educar, não só escolarizar. O segundo, ou terceiro tempo no recinto é fundamental para que quebremos a corrente da violência. Além da escolaridade, a juventude carece de ensinamentos essenciais de moral e civismo, de alimentação saudável, de preparação profissional, de esporte e de lazer. Após a aula, a escola deve ter uma vasta programação com atividades não só para cumprir uma pauta, mas que atraiam o jovem a permanecer no âmbito escolar.
Assim procedendo certamente estaremos quebrando o elo da marginalidade e do crime e preparando o jovem para ser um cidadão, com conceitos morais e éticos suficientes para fazer um futuro melhor.

Paulo Alencar

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