No final da tarde do sábado 26/05/12, José Alfredo Vasco Tenório, 67
anos, fora vítima de assalto seguido de morte (latrocínio) no Corredor Vera
Arruda, em Maceió. E tudo por uma bicicleta antiga e para criança. Uma reação
inesperada e incontinente levou delinquentes a um ato insano. Retrato puro da
violência gerada por uma série de problemas estruturantes do Estado e por uma
consequência da omissão dos agentes públicos nos vários níveis administrativos
que resultam na IMPUNIDADE.
Reação imediata da população: pedir policiamento e repressão.
Na maior área de convivência do bairro considerado classe A de Maceió, o
Stella Maris, o Espaço Vera Arruda é cercado por prédios de apartamentos, e
dotado de equipamentos para exercícios físicos, brinquedos para crianças,
passeios para exercícios, e que hoje é dividido por, infelizmente, usuários de
drogas e assaltantes. Aliás, toda Maceió é hoje obrigada a conviver com uma
vasta gama de malfeitores, servos do mundo da droga.
Como minorar o problema? Polícia? Repressão? Prisão?
São ações eficazes, mas inócuas se não houver a continuidade dos atos.
Se a justiça não mantiver os causadores dos delitos fora do convívio da
comunidade. Se não tivermos prisões que exerçam a função de recuperar e não
simplesmente de reprimir.
Antes de tudo, devemos ter em mente a função precípua do Estado:
prevenir! Se o estado com suas políticas públicas não contemplar ações de
prevenção voltadas às crianças e ao adolescente nada disso terá efeito
positivo.
“É preciso tomar medidas urgentes tanto com relação à
qualidade e quantidade das escolas, paralelas à força e controle policial.”-
comentou Hilário Seara em seu Facebook. Concordamos integralmente e
acrescentamos - se não tomarmos urgentes medidas para afastar a criança e o
adolescente das tentações da bandidagem e do crime, e se não os orientarmos
para um mundo melhor, estaremos apenas alimentando o arsenal humano para o
mundo das drogas. O mundo jovem é o melhor adubo para o tráfico e por assim o
ser é que precisamos apresentar os melhores insumos para o seu desenvolvimento
sadio. Vamos, portanto, deixar a hipocrisia do combate a violência simplesmente
com verbas para ampliação do aparato de repressão. O que realmente precisamos é
unir o planejamento unindo o racional inteligente com a prevenção com base no
coração. Tudo com muita determinação e seriedade.
Paulo Alencar
Paulo Alencar
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