FRASE DA SEMANA

"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

(Fernando Pessoa)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

REFELXÕES DA SEMANA

Reações estapafúrdias

As reações do brasileiro são as mais excêntricas ou extravagantes ante os acontecimentos escabrosos que o rodeiam. O brasileiro reage parecendo que a situação caótica não lhe diz respeito.

O IBOPE realizou uma pesquisa sobre a opinião do eleitor brasileiro sobre corrupção e ética. As conclusões são alarmantes. Pelos resultados, 69% dos eleitores brasileiros já infringiram alguma lei ou descumpriram alguma regra contratual, consciente e intencionalmente, para lucrar de alguma forma. A pesquisa ainda verificou que 75% cometeriam algum atos de corrupção avaliados pelo estudo se tivessem oportunidade. Ainda, 99% dos entrevistados disseram que conhecem alguém que já tentou dar uma grana para se livrar de uma multa, que sonegou impostos, recebeu benefícios do governo, mesmo sabendo que não tinha direito a eles, que adquiriu documentos falsos ou falsificou documentos para obter algum tipo de vantagem, fez ligação clandestina ou "gato" de TV a cabo, de água ou luz, pegou ou consumiu produtos em estabelecimentos comerciais sem pagar, apresentou atestados médicos falsos no trabalho ou na escola, comprou algo sabendo que é roubado, adquiriu ou falsificou atestado de saúde para conseguir aposentadoria precoce, entre outros ilícitos.

Outro dado apurado foi que aproximadamente 59% dos entrevistados aceitariam algum tipo de corrupção de seus governantes e afirmou que ele mesmo, na posição do eleito exerceria algum tipo de corrupção. O mais intrigante é que a classe mais prejudicada pela corrupção é a que mais aceita com normal os atos ilícitos dos políticos, enquanto a minoria esclarecida repudia veementemente essa prática.

Essa maioria de brasileiros é a que toma conhecimento de um escândalo pela mídia e simplesmente diz “é uma ladroíce”, ouve falar sobre o roubo do político e fala “que vergonha”, sofre na fila do INSS e dos hospitais e só reclamam com timidez “um absurdo”, sabem dos bate-bocas dos políticos que ganham sem trabalhar e comentam “que baixaria”. Ou seja essa mesma classe humilde, que vive a míngua por falta de educação, que morre por falta de saúde, que treme e chora de medo por falta de segurança é a que aceita passivamente a bandalheira e parecem estar se ultimando sem forças para reagir.
Qual seria o remédio para transformar esses conterrâneos passivos em ativistas que tivessem a coragem de pacificamente dar um grito de 'basta' contra os escândalos, a corrupção e o que é pior, o deboche dos que zombam de sua inocência? Busco uma resposta, mas até agora nada!

Paulo Alencar 

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