Entrevero na Câmara
As disposições resolutas e inalteráveis em face de posições antagônicas começam a esquentar o clima na famosa Casa de Tavares Bastos deodorense. O bom é que, graças à cobrança do vereador Cacau e a iniciativa do vereador Boneco, enquanto no cargo para o qual fora eleito regularmente, a população está tomando conhecimento do que lá acontece. As boquinhas de som tão esperadas estão enfim cumprindo o seu papel deixando o povo, que não consegue ter acesso ao minúsculo auditório daquela casa, ciente dos trabalhos lá realizados. A população agora pode saber quem trabalha e quem só quer o bem bom, quem está do lado do povo e quem só está pensando em rechear o próprio bolso, quem age corretamente e quem prefere os caminhos da ilegalidade. Isso é como deve ser: democracia. E democracia é a população fiscalizando seus representantes, os vereadores, que por sua vez deveriam estar fiscalizando os atos do chefe do executivo, aquele que fica com a arrecadação e deve, consequentemente, prestar conta de seus atos e de como a usa a seus patrões (a população).
Voltando a altercação que ocorreu na sessão do dia 03 de junho, a polêmica girou, para variar, sobre os atos considerados pelo grupo da oposição como ilegais praticados pelos vereadores fieis ao prefeito. Nesse rol de ilegalidades foi apontada a apreciação de várias matérias sérias e importantes, mas que para atender ao chefe do executivo foram aprovadas sem o quorum regimental previsto. Segundo os contra (Cacau, Juscelino, Boneco e Tião), com a presença de menos de 2/3 dos vereadores (como prevê o Regimento Interno) se encontram aprovados na mesma situação o orçamento do Município, créditos para aquisição de imóveis para o FAPEM, e a manobra para destituir a mesa diretora eleita por antecipação (com Boneco como presidente) de acordo com a Lei aprovada na época em que o Dr. Fifi era o presidente da casa e consequentemente vigente para eleger a atual (com o vereador Delegado Abelardo na presidência).
O bate-barba tomou proporções nada democráticas com o presidente Delegado Abelardo cerceando o direito a fala de dois vereadores opositores mandando desligar os seus microfones. Apesar dos pedidos de calma e união do vereador Cacau, acirraram-se as discussões gerando um clima nada ameno, que deveria ser a tônica de pessoas esclarecidas e que se dizem defensores de um regime democrático. Acredito que não é o que a população, mesmo a menos politizada, aquela que só pensa na oncinha no dia da eleição e nos favores pessoais que possa conseguir posteriormente, espera de políticos por ela eleita.
Paulo Alencar
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