A Conta da Farra
Para algumas prefeituras, onde seus
mandatários conseguiram retornar ao cargo, a farra do boi passou e tudo voltou
ao que era. Mesmo, e apesar dos inúmeros avisos dos adversários políticos no
calor das campanhas, o povo só quis saber das onças e garoupas que lhes eram
ofertadas. Ninguém sequer ousou perguntar a origem dessa dinheirama. E foi aí
que a vaca foi pro brejo... mais uma vez.
Para conseguir a grana da campanha, que em
alguns municípios (pequenos) superou os cinco milhões de reais, os candidatos -
na insanidade de querer se perpetuar no poder - de tudo fizeram. Apelaram para
as construtoras e empresas de prestação de serviços (pela promessa de pagar em
contratos), recorreram a empréstimos se envolvendo até com membros do
narcotráfico. O valor não tinha limite e o que importava era conseguir os votos
dos ávidos eleitores e dos não menos esfomeados candidatos correligionários.
Passada a farra do boi, onde tudo era
graça, chegou a vez da realidade. A conta tem que ser paga. E agora? Mais uma
vez toda administração pública foi paralisada e uma moratória branca (ou seria
negra?) foi decretada.
Tem município onde empresários que anteciparam
a prestação de serviços ou fornecimento de mercadorias, ainda hoje, passados
seis meses do segundo mandato, choramingam na busca do recebimento dos débitos.
Olha que a coisa não é pouca, pois existem contas individuais a receber que
ultrapassam os dez milhões de reais (em pequenos municípios). Por outro ângulo:
o débito da prefeitura, pois jamais seria do candidato e mantenedor do poder, é
estratosférico.
Quem paga a conta? Só um beócil, pois nem
uma criança contestaria, poderia imaginar que seria outro senão o povão. Aliás,
já está pagando pela falta de serviços que deveriam ser prestados as custas dos
altos impostos recolhidos. Não existe saúde, não existe educação, não existe
água salubre e suficiente, não existe segurança e sequer novas obras que iludam
os incautos contribuintes (e neste caso o termo é bem empregado, pois foram
eles que contribuíram para esta situação). Reclamar hoje... não há
porque. Agora é aguentar e esperar que na próxima oportunidade o eleitor tenha
aprendido.
Paulo Placido
Paulo Placido
Seu Paulinho, o povo em sua santa ignorância e total precisão só vê onças e garoupas, só e
ResponderExcluirsomente só ... A promissora profissão de político profissional encanta até os neófitos
que chegam lá, vão com muita sede ao pote(ou seria cofres, do poder!). Ao povo, só resto!
E só resta bancar essa farra ...