FRASE DA SEMANA

"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

(Fernando Pessoa)

sexta-feira, 26 de abril de 2013

DIVAGAÇÕES


A Conta da Farra

Para algumas prefeituras, onde seus mandatários conseguiram retornar ao cargo, a farra do boi passou e tudo voltou ao que era. Mesmo, e apesar dos inúmeros avisos dos adversários políticos no calor das campanhas, o povo só quis saber das onças e garoupas que lhes eram ofertadas. Ninguém sequer ousou perguntar a origem dessa dinheirama. E foi aí que a vaca foi pro brejo... mais uma vez.
Para conseguir a grana da campanha, que em alguns municípios (pequenos) superou os cinco milhões de reais, os candidatos - na insanidade de querer se perpetuar no poder - de tudo fizeram. Apelaram para as construtoras e empresas de prestação de serviços (pela promessa de pagar em contratos), recorreram a empréstimos se envolvendo até com membros do narcotráfico. O valor não tinha limite e o que importava era conseguir os votos dos ávidos eleitores e dos não menos esfomeados candidatos correligionários.
Passada a farra do boi, onde tudo era graça, chegou a vez da realidade. A conta tem que ser paga. E agora? Mais uma vez toda administração pública foi paralisada e uma moratória branca (ou seria negra?) foi decretada.
Tem município onde empresários que anteciparam a prestação de serviços ou fornecimento de mercadorias, ainda hoje, passados seis meses do segundo mandato, choramingam na busca do recebimento dos débitos. Olha que a coisa não é pouca, pois existem contas individuais a receber que ultrapassam os dez milhões de reais (em pequenos municípios). Por outro ângulo: o débito da prefeitura, pois jamais seria do candidato e mantenedor do poder, é estratosférico.
Quem paga a conta? Só um beócil, pois nem uma criança contestaria, poderia imaginar que seria outro senão o povão. Aliás, já está pagando pela falta de serviços que deveriam ser prestados as custas dos altos impostos recolhidos. Não existe saúde, não existe educação, não existe água salubre e suficiente, não existe segurança e sequer novas obras que iludam os incautos contribuintes (e neste caso o termo é bem empregado, pois foram eles que contribuíram para esta situação). Reclamar hoje... não há porque. Agora é aguentar e esperar que na próxima oportunidade o eleitor tenha aprendido.
 
Paulo Placido

Um comentário:

  1. Seu Paulinho, o povo em sua santa ignorância e total precisão só vê onças e garoupas, só e
    somente só ... A promissora profissão de político profissional encanta até os neófitos
    que chegam lá, vão com muita sede ao pote(ou seria cofres, do poder!). Ao povo, só resto!
    E só resta bancar essa farra ...

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