Bolero de Ravel

Jurandy Felix da Silva ou simplesmente Jurandy do Sax, é hoje o músico responsável pelo programa mais vendido pelas agências de receptivo de João Pessoa. O pôr do sol ao som de Jurandy do Sax tocando a imortal obra de Maurice Ravel na Praia do Jacaré e que se apresenta num barco em um trecho do rio frente aos bares que se instalaram no calçadão do Parque Turístico Municipal é algo de inesquecível. O show do músico é a principal razão que faz tanta gente buscar esse roteiro, inclusive, muitos paraibanos. Estima-se que aproximadamente 30 mil pessoas frequentam o local nos finais de semana na meia temporada e mais de 50 mil na alta temporada. Ou seja, o Parque Municipal da Praia do Jacaré vive em função de Jurady e como tal deveria ter mais respeito para com o artista.

Para melhorar o “produto Jurandy” foram instalados os equipamentos que centralizam o som nos estabelecimentos comerciais às margens do rio. A central fica em um dos bares, de onde o som é emitido para todos os outros, saindo de forma uniforme e com a mesma qualidade. Durante o show do músico, que dura em torno de 45 minutos, todas as pessoas têm a oportunidade de escutar o Bolero de Ravel de maneira uniforme, sem interferência técnica. A deficiência, no entanto está no antes e no intervalo entre o Bolero de Ravel e a Ave Maria, também interpretada pelo artista exatamente às 18 horas. Os bares numa disputa desrespeitosa contratam artistas para tocarem os mais diferentes ritmos e num som altíssimo que atrapalham o que se está ouvindo no visinho. O clima das melodias interpretadas pelo artista nada tem com os forrós, pagodes e bregas dos bares se caracterizando uma verdadeira balburdia sonora e totalmente fora do clima que o artista em suas 4.040 interpretações (11/12/2011) pretende imprimir ao espetáculo.

Além de tudo os quatro bares têm péssimo atendimento a seus clientes.

Jurandy do Sax, como a atração e único motivo de tanta procura do local, deveria exigir mais respeito e tratamento condizente para com suas interpretações.