E no meio da confusão dessa nossa vida, um
amigo, um irmão, um colega partiu sem se despedir. Foi triste. Se houvesse uma
despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim. É melhor
pensar que a última vez que nos encontramos curtimos muito relembrando os bons
tempos da faculdade, os bons tempos do início de nossa vida profissional —
depois, apesar de nos encontrarmos em outra cidade, a que nós independentemente
escolhemos para viver, apenas aconteceu e raramente nossos encontros
aconteciam, o que não abalava a nossa amizade e até parecia ser um renovar de
sentimentos recheados de muita alegria. Ele
não se despediu, a vida é que promoveu a despedida inevitável a todo ser humano,
cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.
Acredito que me será consentido guardar
uma leve tristeza, mas também uma lembrança boa com muitas saudades. Sim,
deixas saudades não só a mim, mas a uma leva de parentes, amigos, admiradores
que aprenderam guarda-lo no coração. Guarda-lo no coração pelo seu caráter, sua
delicadeza, sua sensibilidade e sua forma carinhosa no trato do dia a dia. Fostes
marcantes também pelas profissões que abraçastes: músico habilidoso e arquiteto
brilhante. A lembrança dessas marcas nos faz sentir maior a solidão compartilhada
por tantos, mas que é amenizada quando temos a certeza que sua estrela ainda
brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho.
Vai em paz amigo Ovídio Pascual Maestre na certeza que Deus lhe reservou um bom
lugar a Seu lado.
Embora seja uma etapa natural da nossa vida, a morte sempre nos deixa certa perplexidade. Depois da faculdade perdi o contato com muitos coletas e amigos, mas saber que um partiu é sempre motivo de tristeza. Lamento.
ResponderExcluirPaulo Queiroga