Regime de
exceção
Em 31 de março de 2014, completam
50 anos em que o regime de exceção teve início no Brasil. Mais conhecido como
Ditadura Militar, esse período deixou evidente para todos os brasileiros, tanto
para aqueles que viveram de perto os anos de chumbo como para aqueles que
vieram depois, que toda e qualquer tipo de ditadura deve ser repudiada e
combatida.
Muitas vezes vivenciamos, no
nosso dia a dia, resquícios de comportamento com forte caráter ditatorial,
quando somos submetidos a situações que não nos permitem expressar nossa opinião,
ou quando permite, esta é desconsiderada de pronto, quando não motivo de
chacotas.
Comportamentos com forte cunho
ditatorial não ocorrem somente no alto escalão do governo, como foi o caso dos
militares. Ocorre em casa, ocorre no ambiente de trabalho e em outros locais de
nossa vida cotidiana. Às vezes não somos as vítimas diretas dos ditadores de
plantão, mas sim nossos colegas, pessoas próximas, amigos, conhecidos ou até
mesmo desconhecidos. O exercício de combate à ditadura, de forma ampla, geral e
irrestrita, é um exercício constante de se sensibilizar com a condição das
vítimas destes ataques e de reagir aos mesmos, ainda que não nos afete
diretamente.
Para lembrar um pouco o que é a
agonia de quem espera por um fim, por uma luz no fim do túnel, pelo início de
uma nova era de esperança e liberdade, deixo aqui uma homenagem a todos aqueles
que um dia foram vítimas de algum tipo de DITADURA:
Arquiteto Jorge Marcelo
A Revolução
Este BLOG não é da esquerda, nem
da direita, também não é centrista... Só não publicamos burrice... – é assim
que o ex-capitão do Exército, ex-prefeito de Barra de S. Miguel (Al),
engenheiro, ambientalista, escritor e membro da Academia Alagoana de Letras, Carlos
Roberto Peixoto Lima, o Carlito Lima, descreve seu blog.
É um homem acima de tudo
destemido e que não se nega a comentar o que foi o período do regime militar
que hoje completa cinquenta anos: “Acho que todos nós temos que dar depoimento
sobre essa fase que o Brasil passou e eu tive uma participação, pois fui
oficial do Exército Brasileiro. Entrei no EB com 15 anos, 1956”, frisou Carlito
Lima em seu depoimento na Comissão Estadual da Verdade, admitindo que as Forças
Armadas deveriam reconhecer publicamente de que parte dela torturou, matou,
ocultou pessoas, inclusive dentro das dependências dos quartéis, no período de
ditadura militar, mas ressalvando que não foram todos os militares que se
envolveram nos episódios de repressão.
Lembrou ainda que o golpe militar
não começou em 1964, mas sim desde a independência do Brasil e que em 1961, depois da revolução cubana, o
advogado Francisco Julião se envolveu com a causa dos camponeses e, por isso,
fundou sindicatos dos trabalhadores rurais e as ligas camponesas no Nordeste do
Brasil. Aí um articulista de um grande jornal norte americano escreveu um
artigo [Estão cubanizando o Nordeste brasileiro] o qual chegou às mãos do
presidente dos Estados Unidos, Bob Kennedy, afirmou. Os americanos traçaram uma
estratégia para acabar não só com as ligas camponesas, mas dar um golpe de
direita no Brasil. Até hoje nós sofremos com um país dividido pelo sistema
imperialista dos americanos - continuou.
Sem isentar a culpa de parte dos militares,
Carlito lembrou também do início do Exército, da geração de militares,
recordando o quanto foi importante para guerra do Paraguai, na Tríplice Aliança
Brasil, Argentina e Uruguai. Falou ainda também da revolução de 1930 e da
participação do alagoano Aurélio de Góes Monteiro, culminando com a eleição de
Getúlio Vargas.