IMPORTAÇÃO
DE MÉDICOS
Diante da insistência do Governo Federal, a importação de médicos
para supostamente resolver os problemas da saúde pública brasileira é
irreversível. É sabido que para o médico exercer bem sua humanitária profissão,
precisa de hospitais bem aparelhados e ganhar salários compatíveis com a
importância do seu trabalho. Não se pode tratar da saúde humana no meio da rua
ou debaixo de árvores como se fossem máquinas.
Nada contra os médicos estrangeiros, mas será que eles se
identificam com os costumes de nosso povo? Será que terão a empatia necessária
para cuidar de nossos doentes com sentimento e alma?
Outra dúvida que tenho é se nossos médicos tivessem as condições
necessárias e um salário digno não estariam ocupando as lacunas nos mais
longínquos recantos deste nosso Brasil? E por que não investir nos nossos da
mesma forma que se está investindo nos médicos estrangeiros? Pelo que temos conhecimento um dos melhores salários pagos pelo SUS é para os médicos do
Programa Saúde da Família, onde podem receber de R$ 5 mil a R$ 7 mil
aproximadamente. Já em os salários dos médicos da rede pública do Distrito
Federal, um dos melhores do país, estavam programados para serem reajustado
para um piso salarial de R$ 7.838,57 e o teto R$ 12.672,95. Outro
parâmetro que temos é a diferença entre os médicos que atendem por convênio com
um salário médio R$ 42 por consulta (dados de 2007), enquanto um médico do SUS ganha R$ 10 pela
consulta. Talvez esteja aí o porquê do médico brasileiro não aceitar trabalhar
no interior.
Paulo Placido
OPINIÃO
Espionagem
americana: uma operação brother sam às avessas
Mais
assustador que as revelações da espionagem é testemunhar a patética vontade do
governo de desviar a fúria da sociedade para os lados de Washington.
A repercussão no Brasil da
espionagem americana, exatamente agora no meio da rebelião dos brasileiros,
parece uma versão pós-moderna da Operação Brother Sam, de 1964. Só que pelo
avesso: acontece para salvar o governo. O Chico Caruso matou a charada: vamos
finalmente declarar guerra aos EUA. A história também se repete como
tragicomédia.
Mais assustador que tomar
conhecimento das revelações de Edward Snowden e dos jornalistas que decodificam
e compartilham aqui as informações, confirmando o que já sabíamos – somos
espionados 24 horas por dia, em todos os lugares, por governos e corporações –
é testemunhar o protesto faz de conta do governo Dilma e a patética vontade de
desviar a fúria da sociedade para os lados de Washington.
Caramba! Cadê a arapongagem de
Brasília? Nunca desconfiaram da espionagem americana? E da chinesa? E dos
outros? Será que só se preocupam em bisbilhotar os brasileiros de quem o
governo não gosta?
Dando uma espiada no site da
ABIN, a gente fica sabendo que a nossa agência de inteligência tem as seguintes
atribuições pagas pela sociedade:
1- INTELIGÊNCIA: Por meio da
produção de conhecimentos sobre fatos e situações de imediata ou potencial
influência no processo decisório e na ação governamental e sobre a salvaguarda
e a segurança da sociedade e do Estado.
2-
CONTRA-INTELIGÊNCIA: Pela adoção de medidas que protejam os assuntos sigilosos
relevantes para o Estado e a sociedade e que neutralizem ações de Inteligência
executadas em benefício de interesses estrangeiros.
Para quem não sabe ou não se
lembra, a Operação Brother Sam foi o deslocamento pelos Estados Unidos de sua
Frota do Caribe para a costa brasileira para apoiar o golpe civil-militar que
derrubou o Governo Jango. O objetivo era assegurar a invasão do Brasil por
forças americanas se houvesse resistência ao golpe.
Altamir Tojal
Nenhum comentário:
Postar um comentário