A política ou os políticos
O meio político vem se adequando aos novos tempos e se aperfeiçoando nas técnicas de convencimento de massa. Observando os últimos acontecimentos arriscaria afirmar que o objetivo dos políticos não é exatamente convencer seu eleitorado de suas ideias e projetos. Parece ser mais claramente o de enganá-los por meio de artifícios surpreendentes com a única meta de galgar uma posição através de seu voto.
Para chegar a esta conclusão não se faz necessário profundos conhecimentos teóricos de política. É mais que suficientes superficiais observações na trajetória desses exímios ilusionistas no exercício da sua arte de hipnotizar a população deixando-a com a visão enevoada a ponte de não enxergar a realidade, mesmo que esta se lhes apresente claramente, bem diante de seus olhos.
Em campanha são promessas de toda sorte e, em alguns casos, estapafúrdias e inexequíveis. O comportamento é o de solícitos, amáveis, presentes, e travestidos cidadãos cobertos com uma manta de preocupação em dar soluções para os problemas da comunidade. Eleitos, mudam seu comportamento, esquecem o eleitorado, nem sabem o que prometeram e, em alguns casos, somem da cidade. Mas tudo isso é passageiro e esta crise dura pouco mais que dois anos e meio, ou seja até que se aproxime nova eleição.
Os atuais políticos, tecnicamente orientados, são sabedores que o povo (eleitor) tem memória curta, curtíssima. Em alguns casos, o político ao se eleger elege junto o objetivo primordial de cumprir os compromissos financeiros que lhe permitiram a compra dos votos e demais exorbitantes despesas de campanha. A segunda meta é a de fazer um lastro que lhe permita dar suporte para o início da próxima campanha. Em meio a tudo se faz necessário pensar também na ampliação do patrimônio, pois ninguém é santo e as benesses da política não duram eternamente. Só então é que se dá início a administração da cidade com utilização daquelas verbinhas até então aplicadas em abastadas poupanças e dos projetos engavetados. As obras de última hora serão certamente lembradas pela população que verá o político como trabalhador e dinâmico. E assim, o profissional da política, engabelando a população com as estratégias de trabalho e um excelente marketing de campanha pago a peso de ouro, se reelege e passa a meter com mais afinco a mão no dinheiro, principalmente nos cargos do executivo onde ele só tem direito a uma única reeleição.
A população, inocentemente iludida, continua carente e mais dependente das migalhas advindas dos impostos e taxas que ela própria contribui. O fato se repete e a roda viva continua deixando um rastro de miséria, de violência, de analfabetismo, de falta de saúde, de educação, mas ninguém enxerga a verdade ou tem coragem de dar um basta na hipocrisia reinante. Este é o nosso Brasil.
Paulo Placido
O que me deixa atônito é verificar que só foi dito a verdade, que todos sabem, todos vêem, mas ninguém toma a iniciativa de fazer alguma coisa para mudar.
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