Acuada
A
presidente Dilma Rousseff enfrenta a maior crise desde que chegou ao Planalto.
Hoje se vê pressionada pela oposição, pelos movimentos das ruas e até por alguns
aliados.
Filiados
ao partidão hoje já admitem que o PT cresceu em tamanho, mas perdeu muito em
qualidade. Em consequência, Dilma precisa enfrentar a missão quase impossível
de superar o isolamento e subir na popularidade que hoje anda na casa de 7%. Não
é para menos diante vários grandes escândalos de corrupção, uma economia
fragilizada e uma recessão em andamento (e não adianta culpar a crise mundial
que não cola mais). Segundo a opinião de lideranças sociais, cientistas
políticos e parlamentares, para superar a crise do PT e do país, a maioria é a
favor do impeachment, que poderia recuperar a confiança da população, restabelecer
o relacionamento com a base aliada e retomar o crescimento da economia.
Segundo
Ricardo Ismael, cientista político da PUC-Rio, Dilma precisa
"urgentemente" reconhecer que "errou", mas ainda tem
dificuldades sobre qual estratégia de comunicação adotar junto à opinião
pública.
Dificuldades no relacionamento
Em
recente encontro no Palácio da Alvorada entre a presidente Dilma e Lula, a
discussão foi tão acirrada que extrapolou as paredes da sala e quem estava do
lado de fora pode ouvir muito bem pelo elevado tom de voz. Alguns assessores mais
próximos, segundo se comenta, tentaram acalmar os ânimos, mas sem grande
resultado. Ao final Lula fez questão de deixar claro que não virá mais a
Brasília, para se encontrar com Dilma Rousseff, pois parece que não adiantar e
tudo permanecer como está no governo. Como de outras vezes.
O
certo é que a crise começa a afetar também a imagem de Lula, como já havia
afetado antes a imagem do PT. Pelos resultados da pesquisa divulgada pela
Confederação Nacional dos Transportes (CNT), 67,9% dos entrevistados consideram
que Lula tem culpa no cartório pela corrupção na Petrobras.
O
mensalão e o petrolão parecem ser pragas contraídas pelo PT e que está difícil
de encontrar remédios que as cure.
Reserva
de vagas
Não bastasse
as cotas destinadas a negros (ou melhor, afro-descendentes), de analfabetos, de
coligados políticos, de ex-detentos, deficientes, agora querem reservar 10% das
vagas em concursos públicos no Estado de Minas para dependentes químicos. A
sugestão foi feita pelo presidente da Comissão de Enfrentamento ao Crack, o
deputado estadual Vanderlei Miranda (PMDB), durante o ciclo de debates Um Novo
Olhar sobre o Dependente Químico, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais
(ALMG), na capital.
A
coisa está tão “avacalhada”, que em breve será necessário se criar cotas para
os honestos, trabalhadores, estudiosos e esforçados. Cada grupo, ao ser
agraciado pelas cotas, agradecem, comemoram e lutam por sua manutenção,
esquecendo eles que em assim acessando o emprego ou a vaga nas universidades,
estão também assinando um atestado de incompetência.
Foro de São Paulo
A
ideia do Foro de São Paulo surgiu em julho de 1990, durante uma
visita feita por Fidel Castro a Lula em São Bernardo do Campo e foi formalizada
quando 48 organizações, partidos e frentes de esquerda da América Latina e do
Caribe, atendendo ao convite do PT, reuniram-se na cidade de São Paulo. A ideia
inicial era debater a nova conjuntura internacional pós-queda do Muro de Berlim
(1989) e elaborar estratégias para fazer face ao embargo dos Estados Unidos a
Cuba. Na realidade foi formado um grupo de partidos e organizações de esquerda
da América Latina e do Caribe sob o pretexto de promover a integração econômica,
política e cultural da região. Participaram dos encontros além dos partidos socialdemocratas,
organizações comunitárias, sindicais e sociais ligadas à esquerda católica, grupos
étnicos e ambientalistas, organizações nacionalistas, partidos comunistas e até
mesmo grupos guerrilheiros,
como as FARC.
A VILEZA NAS LICITAÇÕES
A licitação, muitas vezes, funciona como uma armadura legal para
encobrir qualquer tipo de acordo espúrio na condução das relações
administrativas em qualquer gestão no serviço público. É uma prática
internacional difícil de solução. No emaranhado das leis da licitação, repousa
o conforto da impunidade ao corrupto e ao corruptor do erário. São muito comuns
as “armações” na prática das licitações, visando eternizar ganhadores nas
relações comprador/fornecedor. A ideia da licitação tem por objetivo equalizar
as oportunidades das empresas privadas no acesso ao fornecimento de bens de
consumo ou locação de serviços em todos os níveis da administração pública. Mas
isso nem sempre acontece.
Infelizmente, a exclusividade em determinadas áreas atua de
maneira contrária ao espírito da Lei. Em vez de abrir oportunidade para todas
as empresas do ramo, proporciona a blindagem de poderosos conglomerados que
trabalham em comum acordo dividindo o bolo entre si. A partir dessa
conjunção, ficam irmanados e ninguém penetra mais nesse mundo maravilhoso da
exclusividade.
A prova cabal desta maldita verdade aconteceu nos recentes
distúrbios emocionais do governo brasileiro onde, através da Petrobrás,
montanhas de dinheiro público ficaram a descoberto através de uma simples
denúncia. Bastou puxar o fio da meada para aparecer a podridão e a malversação
do dinheiro público na sua mais alta concepção da vileza humana nos negócios de
Estado.
É uma cruel realidade que está arrastando altas autoridades do
nosso governo para o esgoto dos distúrbios financeiros difíceis de desatar o
nó. A evolução da atual crise brasileira cria os maiores disparates na nossa
imaginação para uma solução saudável. Quando a poeira assentar o povo
brasileiro vai necessitar de uma nova modalidade de prestação de serviços ou
compras de bens para recolocar nos trilhos a verdade e a honestidade do nosso
administrador público. Na iniciativa privada não se adota esse tipo de
licitação. O empresário particular, que é o dono do seu próprio dinheiro,
compra bens ou aluga serviços onde achar melhor preço, qualidade e liquidez.
José Batista Pinheiro – Cel Ref EB
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