FRASE DA SEMANA

"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

(Fernando Pessoa)

quinta-feira, 26 de março de 2015

OPINIÃO


Acuada
 
A presidente Dilma Rousseff enfrenta a maior crise desde que chegou ao Planalto. Hoje se vê pressionada pela oposição, pelos movimentos das ruas e até por alguns aliados.
Filiados ao partidão hoje já admitem que o PT cresceu em tamanho, mas perdeu muito em qualidade. Em consequência, Dilma precisa enfrentar a missão quase impossível de superar o isolamento e subir na popularidade que hoje anda na casa de 7%. Não é para menos diante vários grandes escândalos de corrupção, uma economia fragilizada e uma recessão em andamento (e não adianta culpar a crise mundial que não cola mais). Segundo a opinião de lideranças sociais, cientistas políticos e parlamentares, para superar a crise do PT e do país, a maioria é a favor do impeachment, que poderia recuperar a confiança da população, restabelecer o relacionamento com a base aliada e retomar o crescimento da economia.
Segundo Ricardo Ismael, cientista político da PUC-Rio, Dilma precisa "urgentemente" reconhecer que "errou", mas ainda tem dificuldades sobre qual estratégia de comunicação adotar junto à opinião pública.
 

Dificuldades no relacionamento
Em recente encontro no Palácio da Alvorada entre a presidente Dilma e Lula, a discussão foi tão acirrada que extrapolou as paredes da sala e quem estava do lado de fora pode ouvir muito bem pelo elevado tom de voz. Alguns assessores mais próximos, segundo se comenta, tentaram acalmar os ânimos, mas sem grande resultado. Ao final Lula fez questão de deixar claro que não virá mais a Brasília, para se encontrar com Dilma Rousseff, pois parece que não adiantar e tudo permanecer como está no governo. Como de outras vezes.
O certo é que a crise começa a afetar também a imagem de Lula, como já havia afetado antes a imagem do PT. Pelos resultados da pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), 67,9% dos entrevistados consideram que Lula tem culpa no cartório pela corrupção na Petrobras.
O mensalão e o petrolão parecem ser pragas contraídas pelo PT e que está difícil de encontrar remédios que as cure.

 
Reserva de vagas
Não bastasse as cotas destinadas a negros (ou melhor, afro-descendentes), de analfabetos, de coligados políticos, de ex-detentos, deficientes, agora querem reservar 10% das vagas em concursos públicos no Estado de Minas para dependentes químicos. A sugestão foi feita pelo presidente da Comissão de Enfrentamento ao Crack, o deputado estadual Vanderlei Miranda (PMDB), durante o ciclo de debates Um Novo Olhar sobre o Dependente Químico, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na capital.
A coisa está tão “avacalhada”, que em breve será necessário se criar cotas para os honestos, trabalhadores, estudiosos e esforçados. Cada grupo, ao ser agraciado pelas cotas, agradecem, comemoram e lutam por sua manutenção, esquecendo eles que em assim acessando o emprego ou a vaga nas universidades, estão também assinando um atestado de incompetência. 

Foro de São Paulo
A ideia do Foro de São Paulo surgiu em julho de 1990, durante uma visita feita por Fidel Castro a Lula em São Bernardo do Campo e foi formalizada quando 48 organizações, partidos e frentes de esquerda da América Latina e do Caribe, atendendo ao convite do PT, reuniram-se na cidade de São Paulo. A ideia inicial era debater a nova conjuntura internacional pós-queda do Muro de Berlim (1989) e elaborar estratégias para fazer face ao embargo dos Estados Unidos a Cuba. Na realidade foi formado um grupo de partidos e organizações de esquerda da América Latina e do Caribe sob o pretexto de promover a integração econômica, política e cultural da região. Participaram dos encontros além dos partidos socialdemocratas, organizações comunitárias, sindicais e sociais ligadas à esquerda católica, grupos étnicos e ambientalistas, organizações nacionalistas, partidos comunistas e até mesmo grupos guerrilheiros, como as FARC.

A VILEZA NAS LICITAÇÕES



A licitação, muitas vezes, funciona como uma armadura legal para encobrir qualquer tipo de acordo espúrio na condução das relações administrativas em qualquer gestão no serviço público. É uma prática internacional difícil de solução. No emaranhado das leis da licitação, repousa o conforto da impunidade ao corrupto e ao corruptor do erário. São muito comuns as “armações” na prática das licitações, visando eternizar ganhadores nas relações comprador/fornecedor. A ideia da licitação tem por objetivo equalizar as oportunidades das empresas privadas no acesso ao fornecimento de bens de consumo ou locação de serviços em todos os níveis da administração pública. Mas isso nem sempre acontece.

Infelizmente, a exclusividade em determinadas áreas atua de maneira contrária ao espírito da Lei. Em vez de abrir oportunidade para todas as empresas do ramo, proporciona a blindagem de poderosos conglomerados que trabalham em comum acordo dividindo o bolo entre si.  A partir dessa conjunção, ficam irmanados e ninguém penetra mais nesse mundo maravilhoso da exclusividade.

A prova cabal desta maldita verdade aconteceu nos recentes distúrbios emocionais do governo brasileiro onde, através da Petrobrás, montanhas de dinheiro público ficaram a descoberto através de uma simples denúncia. Bastou puxar o fio da meada para aparecer a podridão e a malversação do dinheiro público na sua mais alta concepção da vileza humana nos negócios de Estado.

É uma cruel realidade que está arrastando altas autoridades do nosso governo para o esgoto dos distúrbios financeiros difíceis de desatar o nó. A evolução da atual crise brasileira cria os maiores disparates na nossa imaginação para uma solução saudável. Quando a poeira assentar o povo brasileiro vai necessitar de uma nova modalidade de prestação de serviços ou compras de bens para recolocar nos trilhos a verdade e a honestidade do nosso administrador público. Na iniciativa privada não se adota esse tipo de licitação. O empresário particular, que é o dono do seu próprio dinheiro, compra bens ou aluga serviços onde achar melhor preço, qualidade e liquidez.



José Batista Pinheiro – Cel Ref EB

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