Ressaca das Eleições
Concluido mais um processo eletivo. Em
Marechal Deodoro, não muito diferente do restante do país, o conclamar dos
órgãos oficiais pelo sentimento democrático e pela lisura na escolha dos
candidatos não surtiu efeito. O que se viu mesmo foi a compra desmedida de
votos.
Há quatro eleições se dizia ser necessário
“trabalhar” dois eleitores para se ter um voto. Passando novos períodos
eleitorais o voto “trabalhado” teve que ser ampliado para três, quatro,
chegando, na mais recente, até mais de cinco eleitores para que apenas um voto
fosse validado. Consequência: chegou-se gastar até 200 mil reais para se obter
menos de cem votos. O custo do voto vem subindo a níveis estratosféricos e como
a essa altura inexiste oxigênio está ficando difícil a sobrevivência política.
Todo esse gasto não é debitado na conta do
político, mas sim na do próprio eleitor, que ainda acha que saiu lucrando por
receber mais que na eleição passada. Ledo engano! O enganado foi mesmo esse
eleitor que vai ficar sem saúde, sem educação, sem segurança e tudo mais que um
bom e honesto governo poderia lhe oferecer em forma de trabalho sério e
comprometido apenas com a população. Ademais, o dinheiro dispendido na compra
de votos, normalmente “financiado” pelo majoritário, será recuperado em ações
desonestas e aviltantes contra o erário promovidas pelo vitorioso nas eleições.
Este eleito ainda leva consigo mais alguns aliados políticos que não
conseguiram um lugar ao sol, favorecendo lhes com cargos comissionados criados
para este fim.
“O que será das próximas eleições?” Essa é
a grande pergunta que todos fazem, inclusive e principalmente os próprios
políticos que tanto investiram e ficaram apenas chupando dedos contabilizando o
prejuízo e se lamuriando das “traições”, já esperadas. “Esta foi a última
eleição” - frase mais ouvida desses candidatos, na maioria pessoas bem
intencionadas que se eleitos fossem poderiam prestar um inestimável serviço aos
deodorenses. Quem perdeu? Mais uma vez o povo por não saber discernir o joio do
trigo.
Paulo Placido
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