Adeus ao
Comodoro
Comodoro Enio Barbosa Lima |
Foi ainda neste período que, entre outros desafios,
demos início à reforma do Balneário do Broma. As simples e até primitivas
construções de então foram transformadas nas aconchegantes e modernas
instalações de hoje, fruto de um árduo e intenso trabalho. Foi aí também que
passei a integrar a família Motonáutica.
A dedicação e empenho a todos os desafios que Enio
abraçava era sua marca registrada. E o amor que tinha por tudo que fazia sempre
foi contagiante, impulsionando os que o cercavam a um desempenho de funções mais
dedicado. Mas nada era tão evidente e impetuoso quanto a relação afetiva que
Enio nutria para com o Clube que dirigiu por mais de vinte anos: o Motonáutica
Lagoa Clube. O Motonáutica passou a ser uma verdadeira obsessão na vida de Enio
e se confundia com sua própria vida. Difícil se fazia definir se o Enio era o
Motonáutica ou o Motonáutica era o Enio.
As tantas lutas, as longas, exaustivas e desgastantes
negociações com a Braskem travadas a “unhas e dentes” para obter o melhor para
a família Motonáutica, arrebataram a admiração de todos, até dos que poderiam
ser considerados adversários. Estão vivas as suas palavras, repetidas constante
e incansavelmente ao se referir ao novo Motonáutica: “este não será o melhor clube de Alagoas; ele será simplesmente o Clube
Náutico de Alagoas.”
Apesar do ar austero que aparentava ocasionalmente,
na intimidade se revelava uma pessoa de extrema sensibilidade e gratidão. Enio
não media esforços para identificar as necessidades dos que o cercavam
procurando supri-las da melhor maneira possível. Daí ter se acercado de
inúmeros “filhos” por onde passou, os quais lhe são eternamente gratos pelo
tratamento que a eles dispensou. Estes, além da imensidão de amigos que o
rodearam ao longo de sua vida e de sua obra, são testemunhas da sua
personalidade marcante.
O Novo Motonáutica era seu sonho, talvez o maior, e
ao mesmo tempo a grande preocupação de como permitir-lhe vida após seu
nascimento. Concluída sua obra, ele nos deixa. Nos deixa no plano físico cumpridos
76 anos, mesmo na certeza que continuará presente em nossas lembranças e em
nossos corações. Parece que ele, junto ao Pai, chegou a conclusão que sua
missão terminara, afinal o Novo Motonáutica estava pronto.
Como retribuir pelo legado que o Enio nos deixou? Não me ocorre nada que possa realmente exprimir a grandiosidade de sua vida e obra. Mas, imprimir uma marca indelével suficiente para deixar para posteridade a lembrança daquele que foi o mais dedicado membro desta sociedade náutica não é nada mais que uma obrigação dos que aqui ficamos. Não deixemos, pois, que se perca no tempo o exemplo de homem público, de amigo, companheiro, de dirigente, de esposo e de pai.
Como retribuir pelo legado que o Enio nos deixou? Não me ocorre nada que possa realmente exprimir a grandiosidade de sua vida e obra. Mas, imprimir uma marca indelével suficiente para deixar para posteridade a lembrança daquele que foi o mais dedicado membro desta sociedade náutica não é nada mais que uma obrigação dos que aqui ficamos. Não deixemos, pois, que se perca no tempo o exemplo de homem público, de amigo, companheiro, de dirigente, de esposo e de pai.
Enio, será muito triste viver longe de você, nesta
ausência forçada em circunstâncias adversas, alheias à nossa vontade, mas seu
legado é forte, verdadeiro e sobrevive.
Maceió, 01 de janeiro de 2013
Paulo Alencar
No início da obra do Novo Motonáutica |
Ao lado de Paulo Alencar, Dante, e do Fiscal da Obra Gilson |
Na missa a N.Sª Aparecida, padroeira do Clube e de despedida da atual sede. |
O devoto de N.Sª Aparecida |
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